DEFINIÇÃO
Infecção aguda ou crônica, infecciosa, alérgica ou irritativa da mucosa nasal, geralmente associada a coriza e rinorréia, congestão com obstrução ou semi-obstrução nasal, prurido, desconforto para respirar, espirros, ardor ou irritação nasal.
A rinite alérgica é uma rinopatia crônica ou de repetição com sintomas de congestão e obstrução nasal, prurido e coriza clara, frequentemente associada a sintomas conjuntivais (hiperemia, prurido, lacrimejamento) causado por alergia, isso é, por reação de hipersensibilidade imediata por IgE, com liberação de histamina pelos eosinófilos e mastócitos.
SINAIS E SINTOMAS
- Coriza, rinorréia, nariz escorrendo;
- Fungar frequente;
- Obstrução e congestão intermitente;
- Piora noturna da dificuldade para respirar;
- Cefaléia;
- Perda do olfato;
- Voz anasalada;
- Tosse e chiado;
- Agravamento da asma;
- Irritação conjuntival;
- Ronco noturno;
- Dor facial por sinusite;
- Disfunção da trompa de Eustáquio com estalidos no ouvido.
CLASSIFICAÇÃO
- AGUDAS – quando duram até três semanas.
- SUBAGUDAS – quando duram de três semanas a três meses.
- CRÔNICAS – duram mais de três meses.
- Sazonal e restrita a uma época do ano.
- Perene quando os sintomas recidivam quase o ano todo ou duram pelo menos três meses seguidos. Esta forma é geralmente causada pela alergia aos ácaros da poeira doméstica, mofo, pólen, animais domésticos e fumaça de cigarro.
CAUSAS E FATORES DE RISCO
- Ácaro em poeira doméstica;
- Mofo, bolor, fungos;
- Pólen (capim, árvores);
- Virais (influenza, adenovírus);
- Bacteriana (sífilis, tuberculose, hanseníase);
- Fungos (cândida, mucormicoses);
- Protozoários (leishmaniose);
- Drogas sistêmicas (aspirina, anticoncepcionais, piroxican);
- Drogas de uso tópico prolongado (benzalcônio, nafazolina);
- Fatores endocrinológicos (gravidez, hipotireoidismo);
- Exposição não ocupacional (formol, clorofenol, pó de couro, pó de madeira);
- Outras (inalação de cocaína, emocional, trauma crônico – dedo, tumores);
- Alterações anatômicas (desvio de septo, hipertrofia dos cornetos, corpo estranho).
QUADRO CLÍNICO
Nas rinites agudas o quadro é um resfriado comum com coriza, semi-obstrução nasal, desconforto e ardor nasal, congestão ou irritação ocular, lacrimejamento, espirros. Pode haver dor de garganta, tosse se houver comprometimento do restante das vias aéreas.
A obstrução nasal prejudica a respiração e o sono, provoca perda do olfato, alteração do paladar.
Pode haver queixa de cefaléia, febre, astenia, mialgia e otalgia.
A rinorréia é aquosa, mas pode se tornar purulenta, sem indicar contaminação bacteriana.
Regride de três a cinco dias, a menos que ocorra uma infecção bacteriana, obstrução concomitante da tuba auditiva ou exposição repetida ao alérgeno.
A rinite crônica a queixa principal é de obstrução ou semi-obstrução nasal crônica ou frequente, com coriza clara e fluida, prurido nasal, ocular e no palato, espirros intermitentes ou em salvas. A respiração pela boca provoca irritação e sensação de secura na garganta e pode precipitar crises de asma. Os espirros são mais freqüentes na forma sazonal. A coriza é mais fluida na fase aguda e nas formas sazonais e mais espessas na rinite perene ou crônica.
A mucosa nasal nas rinites alérgicas é pálida, edematosa e azulada. Pode ser hiperemiada nas fases agudas. O paciente com rinite alérgica apresenta com freqüência olheiras evidente (círculo escuro nos olhos).
Em crianças é comum o hábito da “saudação alérgica” – esfregando e empurrando a ponta do nariz para cima com o dorso das mãos. O prurido do palato e da garganta existe e pode provocar um pigarro repetido.
Na rinite crônica não alérgica eosinofilica o quadro é semelhante ao da rinite alérgica, mas sem ou com pouco prurido e espirros.
A presença de febre recorrente, linfadenopatia cervical aguda, ou rinorréia muco-purulenta que ultrapassa cinco dias de duração, requer a busca de uma super-infecção bacteriana acometendo o seio da face (sinusite) ou ouvido médio (otite).
DIAGNÓSTICO
- Diagnóstico com base clínica (anamnese);
- Rinoscopia;
- Dosagem de IgE total;
- Testes cutâneos;
- RAST;
- Pesquisa de Eosinófilos em esfregaço da mucosa nasal.
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
- Tuberculosa;
- Sífilis;
- Rinite atrófica ozenosa (escleroma, rinoscleroma);
- Leishmaniose;
- Hanseníase;
- Lúpus eritematoso sistêmico;
- Sarcoidose;
- Gravidez e uso de anovulatórios;
- Rinite medicamentosa;
- Rinite ocupacional;
- Fístula liquorica.