Doença de Alzheimer


DEFINIÇÃO

A demência é uma síndrome caracterizada pela deterioração de habilidades intelectuais previamente adquiridas que interfere na atividade ocupacional ou social. Nos idosos, a causa mais comum de demência é a doença de Alzheimer (DA). Quarta maior causadora de morte – depois das doenças cardíacas, Câncer, Acidente Vascular Cerebral.

Em 1906, o Dr. Alois Alzheimer, um neuro-patologista alemão, descreveu os aspectos neuropatológicos encontrados no cérebro de uma paciente de 55 anos que havia sofrido de demência progressiva. Embora casos do distúrbio que recebeu seu nome tenham sido descritos previamente, Alzheimer é valorizado por realizar minuciosas observações clínicas sobre o declínio da memória, delírios paranóides, alucinações auditivas, afasia, apraxia e agnosia sofridos pela paciente durante o curso de sua doença. Juntamente com seu amigo e companheiro Franz Nissl, Alzheimer utilizou uma inovadora coloração decorrente da impregnação pela prata, desenvolvida para delinear o que é agora considerado a marca de autenticidade dos aspectos neuropatológicos de DA – perda neuronal, fusos (ou emaranhados) neurofibrilares e placas senis.

Durante os anos 70, a falta do neurotransmissor acetilcolina (Ach) foi identificada na DA, levantando a possibilidade de que alguns sintomas da doença poderiam ser tratados com intervenção farmacológica.

SINAIS E SINTOMAS GERAIS:

  • Afasia progressiva
  • Agnosia visual
  • Perda de memória
  • Desorientação espacial
  • Demência leve
  • Déficit na escrita
  • Mudanças na personalidade
  • Mudanças de humor

CAUSAS

Comprometimento de memória, pensamento e julgamento abstrato, são indicadores de demência. Perda de memória recente é o sintoma modal da demência que geralmente leva um paciente – ou aquele que cuida dele – a procurar ajuda médica. A memória, especialmente para acontecimentos recentes, é um aspecto importante da vida de uma pessoa, e atividades normais da vida diária tornam-se problemáticas com perda gradual da memória. Geralmente, a perda da memória se faz presente por mais de um ano antes da procura de ajuda.

A demência em adultos pode ser causada por mais de 140 condições médicas. Algumas são:

  • Toxicidade de medicamentos;
  • Depressão;
  • Infecções do sistema nervoso central (SNC);
  • Hematomas subdurais;
  • Tumores cerebrais primários;
  • Hidrocefalia de pressão normal;
  • Envenenamento orgânico e metálico;
  • Distúrbios nutricionais (deficiência de vitamina B¹², vitamina B6, tiamina e ácido fólico);
  • Numerosos distúrbios metabólicos (disfunção da tireóide e para tireóide).

A doença de Alzheimer é responsável por aproximadamente 65% de todos os casos de demência em adultos. A segunda causa é o distúrbio vascular cerebral com múltiplos infartos cerebrais ou demência vascular (17%). No entanto, a demência vascular é uma causa de demência menos comum nos idosos do que se imaginava anteriormente. Os aspectos que sugerem demência devido a distúrbio vascular cerebral incluem início repentino, deterioração em fases, curso flutuante, história ou presença de hipertensão, história de AVC e sintomas e sinais neurológicos focais nos estágios primários da demência.

A terceira causa de demência nos adultos é uma combinação da DA e demência vascular, e na maioria destes pacientes as lesões patológicas da DA são consideravelmente mais proeminentes do que o distúrbio vascular cerebral.

Causas menos comum de demência:

  • Doença de Pick;
  • Doença de Huntington;
  • Paralisia Supranuclear progressiva;
  • AIDS;
  • Doença dos Corpos Corticais de Lewy;
  • Doença de Parkinson num estágio de médio a avançado da deterioração motor extrapiramidal.

ETIOLOGIA

POSSÍVEIS FATORES DE RISCO

Além da idade, possíveis fatores de risco para DA incluem:

  • História familiar de DA;
  • Mal de Parkinson;
  • Síndrome de Down;
  • Idade materna acima de 40 anos;
  • Sexo feminino;
  • Doença da tireóide;
  • Hipotireoidismo;
  • :Baixa formação educacional;
  • Traumatismo craniano;
  • Depressão de início tardio;
  • Herança de certas formas alélicas de genotipagem (codificação do gene) para apolipoproteína E.

Obs: Alguns estudos sugerem que fumo, alta formação educacional e uso crônico de antiinflamatórios ou estrógenos podem ser preventivos.

HISTÓRIA FAMILIAR

A história de DA num paciente em primeiro grau aumenta o risco de desenvolvimento de demência em aproximadamente quatro vezes. Além disso, os pacientes que desenvolvem DA aos 60 anos ou mais jovens provavelmente terão mais parentes com DA do que os pacientes que apresentaram DA de início tardio. A história familiar da doença de Parkinson ou Síndrome de Down também pode aumentar o risco para DA.

SEXO

Em diversos estudos, as mulheres parecem correr um risco maior de apresentar a DA. Essa descoberta não está relacionada à expectativa maior de vida das mulheres ou ao maior número de mulheres idosas. Os fatores que parecem explicar esse fenômeno incluem diferenças hormonais entre homens e mulheres, diferentes exposições ambientais no decorrer da vida e diferenças na formação educacional.

EDUCAÇÃO

Formação educacional elevada pode reduzir o risco de DA, possivelmente através da criação de uma reserva ou limiar mental maior, que atrasa o início dos sintomas clínicos. A alta formação educacional pode também permitir aos pacientes compensar alguma perda de memória, ou disfarçar os sintomas, tornando o diagnóstico mais difícil. Alguns estudos sugerem que a falta de formação educacional é um fator de risco para a demência, provavelmente para DA e para demência vascular. Um estudo mostrou que uma pessoa sem formação educacional e acima de 75 anos provavelmente corre o risco duas vezes maior de sofrer de demência que uma pessoa que completou ao menos o primeiro grau. O Estudo Framingham descobriu que, após o ajuste por idade, a baixa formação educacional não era um fator de risco significativo para a demência em geral ou para DA; era, portanto, associada a um risco elevado de demência vascular, talvez relacionado ao hábito de fumar, fator de risco para o acidente vascular cerebral.

TRAUMATISMO

O traumatismo craniano (tanto com perda de consciência ou com amnésia) tem sido consistentemente descrito como um fator de risco para DA, e segundo alguns estudos, um risco relativo duas vezes maior. A demência pugilística (Síndrome de Punch Drunk) é encontrada em boxeadores com história de ferimentos repetidos na cabeça (boxeadores amadores com múltiplas derrotas). Estudo Canadense de Envelhecimento e Saúde descobriu que traumatismo craniano não era um fator de risco significativo para DA.

QUADRO CLÍNICO

Está dividido em três estágios progressivos, precoce, médio e tardio, de 2 a 3 anos cada. A autenticidade clínica da DA é a deterioração progressiva constante da função intelectual, apesar da taxa de deterioração ser altamente variável. Muitos pacientes experimentam períodos de platô, quando a progressão parece parar. O tempo médio de sobrevivência dos pacientes de DA nos Estados Unidos é de 8 anos (variação de 1 a 20 anos).

As apresentações clínicas atípicas da DA, incluem: afasia progressiva, agnosia visual, perda pura de memória, síndrome do lobo parietal de desorientação espacial e mudanças de personalidade (paranóia ou comportamento bizarro).

COGNITIVOS

Os déficits cognitivos são a autenticidade clínica da DA. Esses déficits são os primeiros sintomas que se apresentam e geralmente formam a base para o primeiro diagnóstico de DA. Apesar do distúrbio de memória ser o sintoma comum apresentado, o problema de memória raramente existe isoladamente; a maioria dos pacientes está debilitada em duas ou mais áreas cognitivas. As áreas mais comuns de déficits são memória (87%) e linguagem (72%), mas os déficits na função visuoespacial e atenção também são comuns (44 a 49%).

MEMÓRIA

Os erros mais comuns de memória ocorrem nos testes de memória recente (secundária), como aprender listas de palavras ou parágrafos ou reproduzir formas após uma rápida observação. Esses déficits, esquecimento rápido, são aparentes em pacientes com demência leve. Em atividades como memorização de um parágrafo curto ou uma lista de palavras, idosos saudáveis, pacientes deprimidos e pacientes com doença de Parkinson sem demência tipicamente fixam uma lata porcentagem de informação 20 – 30 minutos após a observação. Em contraste, pacientes com DA exibem pouco retorno após uma observação. Enquanto este tipo de debilitação da memória é útil para a realização do diagnóstico da DA, ele não é o diagnóstico em si, por que o esquecimento rápido é também uma característica da Síndrome de Korskoff e amnésia após anóxia. Ao contrário dos déficits na memória recente, os déficits na memória imediata e remota (primária) não são proeminentes até os últimos estágios da doença.

LINGUAGEM

Problemas de adequação de palavras podem manifestar como discurso não fluente e “vazio”. Nos primeiros estágios da doença, o discurso é flu

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